segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Resenha HQ: O ídolo Roubado


Breve introdução sobre As aventuras de Tintim e seu criador.

Tintim foi criado por Hergé (1907 a 1983) pseudônimo artístico de Georges Remi (nascido em Etterbeek – Bélgica). Artista gráfico e imaginativo criou em 1928 um herói de banda desenhada que ia de contra aos parâmetros da época. A primeira aparição de Tintim foi em 1929. Antes mesmo de virar uma revista em quadrinhos Tintim podia ser visto em um jornal local belga onde eram publicadas apenas algumas tirinhas em um de seus cadernos semanais. A inspiração para Tintim veio, segundo declarou Hergé, do seu irmão Paul, apesar de que este assunto ainda gera polêmicas até hoje. Muitos dos principais personagens retratados nas suas histórias eram baseados em pessoas de carne e osso. Tintim nasceu em 1929. Conhecido como o Walt Disney Europeu, Hergé criou diversos personagens além de Tintim, tais como Jo, Zette e Jocko. Hergé também criou Quim e Filipe (Quick et Flupke), dois meninos miúdos que vivem aventuras urbanas. O estilo impecável de Hergé e o soberbo uso de cores levou-o a ser aclamado internacionalmente bastante tempo após a Segunda Grande Guerra, pois com o fim desta guerra, ele passou a ser censurado devido às suas ligações com o Nazismo, especialmente com o líder nazista belga Léon Degrelle.
Os álbuns de Tintim, como os de outros personagens criados por Hergé, são lidos em mais de 40 línguas pelo mundo fora. Seu estilo influenciou a criação de outros personagens mais famosos dos quadrinhos, como (Astérix, Lucky Luke, Blake & Mortimer e muitos outros). Os álbuns com histórias completas são um marco no desenvolvimento de histórias em quadrinhos. Os álbuns de Tintim são de uma precisão incrível, com todos os detalhes minuciosamente cuidados.

Resenha:

Após ouvir sobre um ídolo raríssimo que havia sido roubado do Museu Etnográfico Tintim começa a investigar o caso fazendo uma breve pesquisa na biblioteca, pegando as informações necessárias sobre o tal ídolo. Na manhã seguinte ao roubo, o ídolo misteriosamente foi devolvido ao local de origem. Mas o que levaria uma pessoa a devolver tal artefato? Logicamente após uma pequena observação Tintim descobre que aquele não era o artefato original. A polícia encerra as investigações e Tintim querendo obter mais informações sobre o caso não avisa ao delegado que aquele ídolo devolvido não era o objeto roubado, decidindo assim seguir as pistas por si só.
Diante das evidências Tintim lê em uma pequena nota de jornal sobre uma misteriosa morte de um escultor que podia estar relacionado ao desaparecimento do ídolo original. Ele vai até a casa onde o escultor morava a fim de encontrar alguma pista sobre sua morte. Lá, Tintim confirma o que ele já havia previsto. Após algumas perguntas a uma moradora sobre o escultor ele descobriu que havia ainda em seu apartamento alguns objetos de arte, três ratinhos brancos e um papagaio. O escultor provavelmente teria sido morto após esculpir a réplica do ídolo, e para não abrir a boca sobre o roubo, ele teria sido assassinado. Mas quem não queria que ele falasse? A moradora perguntou a Tintim se ele não gostaria de ficar com o papagaio ele diz que não e vai embora.  Quando estava no meio do caminho Tintim teve um estalo e achou melhor ficar com o bicho, pois sabendo que ele havia presenciado a morte de seu dono poderia dar alguma pista para ajudar no caso. Tarde demais, o papagaio já havia sido entregue a outra pessoa minutos antes de Tintim chegar.
Começa agora a busca para encontrar a tal pessoa que levara o bicho. Mil coisas acontecem até que Tintim encontra uma forma de obter a informação que precisa. Sabendo agora onde procurar ele embarca para a América do Sul, mais precisamente em Las Dopicos, capital da república de San Teodoro. Lá, a vida do nosso repórter e de seu fiel amigo Milu não será nada fácil.
As histórias de Tintim carregam uma bagagem muito grande sobre os problemas sociais e Hergé retratava isso muito bem em suas histórias. Nesta história podemos contemplar de como era o poder dos generais, seus desmandos e o peso de suas patentes. O ídolo roubado teve sua primeira publicação em 1945 pela Editions Casterman S.A. – Bélgica, e só aí podemos ver a grandiosidade da coragem em trazer temas com cunho histórico tão significativo.
Curiosidades:

Impressionante quando uma obra consegue reunir tantos elementos em uma só revista. Lembro-me quando era mais novo, eu assistia As aventuras de Tintim pela TV Cultura e já ficava maravilhado com as histórias do nosso repórter. A esfera que envolve as histórias de Tintim é simplesmente sensacional e ao mesmo tempo tão atual, pois à medida que a lemos notamos que muitos dos problemas relatados ainda perduram em nosso sistema social de outra forma claro, mais mascarada e com uma nova roupagem.    

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